Ministério da Saúde lança campanha contra a rubéola com meta de vacinar cerca de 70 milhões de brasileiros

  • Post author:
  • Post category:Sem categoria
Começa neste sábado maior vacinação do mundo – 07/08/2008   

Ministério da Saúde lança campanha contra a rubéola com meta de vacinar cerca de 70 milhões de brasileiros

O Ministério da Saúde (MS) lança no sábado, 9 de agosto, a Campanha Nacional de Vacinação para a Eliminação da Rubéola, com a meta de vacinar 70 milhões de pessoas. O lançamento nacional será às 9h, na Policlínica Comunitária de Jurujuba (avenida Carlos Ermelindo Marins, s/n), em Niterói (RJ). A vacinação contra a rubéola vai até o dia 12 de setembro, em todos os municípios brasileiros. Essa é a maior mobilização já realizada em todo o mundo com o objetivo de imunizar indivíduos adultos. No dia 9 de agosto, ocorrerá também a segunda etapa da vacinação contra a poliomielite. Ir ao posto de saúde e se proteger contra doenças virou um programa de família.

Os homens são o principal foco da campanha contra rubéola. Isso porque, em anos anteriores, os públicos-alvos foram crianças e mulheres. Para o Ministério da Saúde, agora é a vez de centrar esforços para vacinar pessoas do sexo masculino. Dos 8.684 casos de rubéola confirmados no país, em 2007, 70% corresponderam a pacientes homens (veja tabela abaixo).

A necessidade de vacinar os homens não exclui as mulheres. Pelo contrário, para eliminar a circulação do vírus no país é fundamental vacinar também as pessoas do sexo feminino. Ao todo, 35,3 milhões de mulheres serão vacinadas.

Essa ação está dentro do compromisso firmado pelos países das Américas durante a 44ª reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) de eliminar, até 2010, a rubéola e a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) – complicação da infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação, principalmente no primeiro trimestre da gravidez.

PÚBLICO – A imunização será feita em duas grandes frentes: com a aplicação da vacina Dupla Viral (sarampo e rubéola) em homens e mulheres com idade entre 20 e 39 anos de todo o país, e por meio da vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) em indivíduos entre 12 e 19 anos nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, além de toda a população indígena que vive em aldeias.

O ministro da saúde, José Gomes Temporão, enviou no fim de junho cartas individuais a todos os senadores, deputados, governadores, prefeitos, secretários estaduais e municipais de saúde e integrantes dos conselhos nacionais de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), conclamando os gestores a participarem ativamente dessa grande ação, sensibilizando a população. O ministério enviou também para os estados e municípios o plano de ação da campanha, assim como o manual técnico-operacional.

Pelo seu ineditismo e amplitude, a campanha já despertou o interesse de diversos países do mundo. Eles enviarão observadores para conhecer a ação durante uma semana. Além destes visitantes, essa ação contará com a participação de oito consultores internacionais, que vão ajudar técnicos brasileiros na estruturação da campanha nos estados. Eles vêm de cinco países – Paraguai, Colômbia, Equador, Peru e México – e devem permanecer no Brasil por três meses.

MEGAESTRUTURA – A campanha contra rubéola exigiu a preparação de uma megaestrutura. Oitenta milhões de seringas e agulhas, 220 mil pessoas, entre voluntários e servidores da saúde, dez aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), 41 mil carros e mais de 600 barcos são apenas alguns dos números grandiosos para a maior campanha de vacinação já feita no mundo. A logística para a campanha vem sendo pensada pelo ministério desde setembro de 2007.  E, assim que definidas, ações foram tomadas.

O ministério aplicou R$ 135,2 milhões na aquisição de mais de 84 mil doses de vacinas, R$ 8,9 milhões na compra de 80,1 milhões de seringas e agulhas e transferiu R$ 41 milhões para estados e municípios a fim de cobrir despesas com diárias, combustíveis e outras necessárias à operacionalização da campanha.

Foram reservados R$ 3,4 milhões para a compra de caixas térmicas e mais R$ 1 milhão para bobinas de gelo reutilizáveis. O ministério destinou, ainda, R$ 1 milhão em capacitação de pessoal, R$ 2,3 milhões em supervisão e assessoria, além de R$ 2 milhões em materiais impressos e R$ 10 milhões em campanha publicitária.

Ao todo, o governo federal investiu R$ 204,8 milhões na campanha contra a rubéola. O custo por pessoa vacinada é de R$ 2,9. Estima-se que por cada dólar que é investido na estratégia de vacinação são economizados US$ 12 em tratamento das crianças portadoras da Síndrome da Rubéola Congênita.

CONTRA-INDICAÇÕES – A vacina é contra-indicada para mulheres grávidas; pessoas que já tiveram reação alérgica grave à vacina; indivíduos com imunodeficiências congênitas ou adquiridas; pacientes que estão fazendo uso de corticóides em doses imunossupressoras, ou seja, que baixam a imunidade; pessoas em tratamento quimioterápico; e, por fim, transplantados de medula óssea cuja cirurgia tenha sido feita com menos de dois anos. Em qualquer caso de dúvida, a recomendação é consultar um profissional de saúde.

O Brasil realizou entre 1992 e 2000 campanhas estaduais para implantação da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) em crianças de um a 11 anos e, posteriormente, em mulheres em idade fértil. Esse conjunto de ações de vacinação dirigido a diversos grupos etários provocou importante redução na incidência da doença, modificou o ciclo dos surtos que deixou de ser prioritariamente em crianças e mulheres, mas não conseguiu interromper a circulação do vírus da rubéola.

Em 2006, houve um aumento de casos confirmados da doença, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A disseminação do vírus ocorreu também em 2007, quando 20 estados brasileiros foram afetados, totalizando 8.683 casos, sobretudo nas regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste.

SAIBA MAIS

O que é a rubéola?
A rubéola, também conhecida como “sarampo alemão”, é uma doença infecto-contagiosa causada por vírus.

Qual a causa?
É transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus da família Togaviridae.

Quais os sintomas?

O paciente apresenta febre baixa, manchas na pele, dor de cabeça e nas articulações, gânglios aumentados no pescoço e atrás da orelha, entre outros.

Como se transmite?
A transmissão é diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, respirar, falar ou respirar.

Como tratar?
Não há tratamento específico para a rubéola. Em caso de suspeita, a pessoa deve imediatamente procurar orientação médica. 

Como se prevenir?
Atualmente, a vacina contra rubéola consta no calendário vacinal para crianças aos 12 meses de vida com reforço entre quatro a seis anos. A vacina também está disponível para mulheres na faixa etária de 12 a 49 anos e para os homens de 12 a 39 anos.

Como é feito o diagnóstico?
Algumas doenças se manifestam de forma semelhante à rubéola, como sarampo, escarlatina e dengue. Na situação atual de eliminação da rubéola, identificar precocemente um caso suspeito e realizar as ações de vigilância de forma adequada com uma correta investigação epidemiológica, a realização do diagnóstico diferencial é muito importante para classificar adequadamente qualquer caso suspeito.

Rubéola no mundo
– A OMS estima que existam 110 mil novos casos de SRC a cada ano no mundo.
– Em 1996, 65 países tinham a vacina de rubéola em seus calendários nacionais de imunização. Em 2006, o número de países passou para 123 países.
Rubéola no Brasil
– A partir de 2007, o Brasil inicia a organização de uma campanha nacional para eliminar a rubéola e a SRC
– A vigilância epidemiológica da rubéola e da SRC foi intensificada a partir de 1999 com a implantação do Plano de Eliminação do Sarampo.
– Entre 1999 e 2007, a redução dos casos confirmados de rubéola ficou em torno de 80%.
– A partir de 2006 surtos de rubéola passaram a ocorrer nos estados de MG, RJ, RS, PR, CE, SP, MS, MT dentre outros. A faixa etária mais acometida é a de 20-34 anos de idade e 70% dos casos confirmados ocorreram no sexo masculino.

Confira a meta da campanha de rubéola por sexo e estado

UF
Total Mulheres
Total Homens
Total Geral
    
Rondônia
274.510
275.495
550.005
Acre
116.070
114.756
230.826
Amazonas
579.316
573.083
1.152.399
Roraima
66.149
73.786
139.935
Pará
1.213.718
1.234.115
2.447.833
Amapá
107.731
103.427
211.158
Tocantins
230.782
230.623
461.405
Região Norte
2.588.276
2.605.285
5.193.561
Maranhão
1.557.068
1.574.224
3.131.292
Piauí
512.696
503.295
1.015.991
Ceará
1.391.428
1.330.753
2.722.181
Rio Grande do Norte
761.385
753.534
1.514.919
Paraíba
612.745
591.820
1.204.565
Pernambuco
1.485.778
1.409.445
2.895.223
Alagoas
512.847
487.393
1.000.240
Sergipe
350.910
336.688
687.598
Bahia
2.418.304
2.399.611
4.817.915
Região Nordeste
9.603.161
9.386.763
18.989.924
Minas Gerais
4.631.249
4.678.705
9.309.954
Espírito Santo
606.357
594.937
1.201.294
Rio de Janeiro
3.562.695
3.447.761
7.010.456
São Paulo
7.230.666
6.998.659
14.229.325
Região Sudeste
16.030.967
15.720.062
31.751.029
Paraná
1.752.800
1.728.227
3.481.027
Santa Catarina
1.006.959
1.012.096
2.019.055
Rio Grande do Sul
1.740.188
1.739.472
3.479.660
Região Sul
4.499.947
4.479.795
8.979.742
Mato Grosso do Sul
391.044
387.315
778.359
Mato Grosso
727.445
745.236
1.472.681
Goiás
1.056.213
1.016.663
2.072.876
Distrito Federal
480.047
430.806
910.853
Região Centro Oeste
2.654.749
2.580.020
5.234.769
Total Brasil
35.377.100
34.771.925
70.149.025

Outras informações
Atendimento à Imprensa
(61) 3315 3580 e 3315 2351
Atendimento ao Cidadão
0800 61 1997 e (61) 3315 2425