Confirmando a morte cerebral

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Confirmando a morte cerebral

Muitos médicos solicitam exames adicionais para confirmação antes de declarar a morte cerebral. Os testes mais comuns são o eletroencefalograma (EEG) e o estudo do fluxo sangüíneo cerebral.

O EEG mede a voltagem do cérebro em microvolts. Ele é tão sensível que a eletricidade estática nas roupas de uma pessoa causará um pequeno pico no EEG (resultado). Todas as respostas positivas sugerem função cerebral. O paciente no coma mais profundo apresentará alguma atividade elétrica no EEG, enquanto o paciente com morte cerebral não apresentará nenhuma eletroatividade.


O estudo do fluxo sangüíneo cerebral envolve a injeção de um isótopo radioativo fraco na corrente sangüínea. Coloca-se um contador de radioatividade sobre a cabeça, tornando possível medir a quantidade de fluxo sangüíneo no interior do cérebro. (Veja Como funciona a medicina nuclear). O estudo do fluxo sangüíneo cerebral leva de 20 a 30 minutos para ser realizado. Se o exame não detectar fluxo sangüíneo no cérebro, ele está morto. Um estudo de fluxo cerebral negativo é uma evidência incontestável de morte cerebral.


Estudo de fluxo sangüíneo cerebral normal mostrando o espaço craniano preenchido com sangue

Estudo de fluxo sangüíneo cerebral mostrando que não há sangue entrando no cérebro

Outro exame para a confirmação de morte cerebral é o exame químico: administra-se 1 mg de atropina IV. Em um paciente com cérebro vivo, a atropina aumentará a freqüência cardíaca. No paciente com morte cerebral, a atropina não aumentará a freqüência cardíaca.

Agora você conhece os exames realizados antes de declarar que um paciente está com "morte cerebral". Os pacientes são considerados vivos ou mortos. Uma pessoa não pode estar "quase" em morte cerebral ou "com começo" em morte cerebral. A morte cerebral, assim como a gravidez, é "sim" ou "não". O diagnóstico de morte cerebral deve ser feito de forma padronizada de modo que a resposta seja definitiva.

Há critérios definidos para constatação de morte cerebral que devem ser seguidos pelos médicos. O diagnóstico de "morte cerebral" é possível devido à habilidade da medicina moderna de manter as funções dos outros órgãos depois que o cérebro morreu. O paciente deve ser submetido a tratamento de suporte (por exemplo, respirando pelo ventilador se ele não está respirando sozinho) se há possibilidade de sobrevivência e retorno da função do cérebro. Assim que o exame do cérebro determinou que ele não é mais viável e que não há chance de qualquer recuperação da função, a "morte cerebral" é diagnosticada.

Quando um paciente preenche esses critérios, nada mais pode ser feito por ele. O paciente pode ser mantido fisiologicamente com o ventilador, mas não há esperança de recuperação, nem mesmo um estado de coma irreversível.

O cérebro desempenha funções como o pensamento, movimento, todas as funções neurológicas que permitem ao corpo manter a pressão arterial, freqüência cardíaca, temperatura corporal e funções dos órgãos. Quando o cérebro morre, os órgãos do corpo colapsam. Procedimentos médicos artificiais extensos são realizados para manter a função dos outros órgãos, mas mesmo com os melhores médicos e os melhores recursos essas intervenções são medidas temporárias.

De acordo com as leis americanas, a família de um paciente com morte cerebral tem a opção de doar os órgãos. Se a família consentir, a organização regional de obtenção de órgãos deve ser comunicada. Se a família se recusar, o ventilador mecânico, os medicamentos e fluidos serão desligados e o coração irá parar de bater. No Brasil, o próprio paciente pode decidir em vida se deseja ser um doador, caso entre em morte cerebral, ou a família pode autorizar.

Fonte:saude.hsw.uol.com.br/morte-cerebral