Plano de Mobilidade Urbana de Penha começa a ser produzido

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Cerca de quarenta pessoas participaram na noite de ontem, 30, da consulta pública municipal para coleta de sugestões que irão compor o Plano de Mobilidade Urbana Penha, o PlanMob. A reunião aconteceu na Sociedade Amigos de Penha onde após apresentação de dados técnicos, três grupos de estudo foram criados para elaboração de propostas que formarão o PlanMob e ainda serão discutidas em audiência pública. O documento final também passará pela votação da Câmara de Vereadores.

“Hoje (30) estamos planejando um futuro melhor para Penha. Criando mecanismos que facilitem a vida, a locomoção e eleve todos nossos índices de qualidade no cotidiano”, definiu o secretário de Governo da Prefeitura, Reginaldo Waltrick, que abriu a reunião. Com base nas sugestões feitas na noite de ontem (30), os técnicos da empresa LePadron – Arquitetura & Consultoria, responsável pelo trabalho, irão produzir o documento preliminar.

“Não temos um Plano pré-elaborado. Ele está sendo criado baseado inteiramente nas necessidades apresentadas pela comunidade e seguindo o princípio democrático”, ressaltou o sociólogo da empresa, Charles Voos. Na próxima quinta-feira, 2, inicia-se uma nova etapa do Plano. Quem não participou da consulta pública poderá receber a visita de um pesquisador da empresa. Durante sete dias, uma equipe vai percorrer a cidade em busca de novas ideias.

Segundo Charles, “o pesquisador estará identificado com colete e crachá e não solicitará informações pessoais como o RG ou CPF. Vai apenas pedir o primeiro nome, para deixar a conversa informal, e colher dados sobre o cotidiano”. Cerca de 2.300 pessoas em 780 residências vão passar pelo trabalho que servirá para conhecer o cotidiano e novamente colher informações sobre as necessidades de mobilidade.

Com atualmente 28.718 habitantes segundo o IBGE, o PlanMob de Penha está sendo elaborado para ter validade de 10 anos, quando a população local está prevista para atingir a casa de 35 mil residentes. “Dentro deste prazo, o Plano determinará metas e datas para cada etapa ser realizada”, ratifica Charles. O PlanMob ainda é ferramenta crucial na busca por recursos estaduais e federais.

Um dos principais desafios do Plano será adequar o crescimento da frota de veículos na cidade, que em cinco anos cresceu 10,2%, ganhando 5.712 meios de transporte – segundo números do Detran/SC. “Não basta apenas criar estratégias para melhorar a mobilidade, isso também depende de uma mudança de postura social”, acrescentou Charles. Entre todos os tipos de veículos licenciados em Penha, há um total de 14.799. Carros e motos totalizam 83% deste total.

O Plano está sendo desenvolvido através de uma parceria articulada pela Associação dos Municípios da Foz do Itajaí (Amfri), em que todos os municípios também passam pelo serviço. O PlanMob tem como objetivo principal o estabelecimento de políticas, diretrizes e planos de ação, relativos à mobilidade urbana, objetivando a promoção da cidadania, inclusão social e desenvolvimento econômico. Planejamento e organização, pesquisas, consultas e estudos, e, por fim, concepções e legislação são as etapas do plano.

A reunião realizada na noite de ontem, 30, foi organizada pela Secretaria Municipal de Planejamento e Secretaria Municipal de Turismo, junto ainda da Secretaria Municipal de Governo. Os parlamentares Felipe Schmidt (PSD), Isac da Costa (PSD), Clóvis Bergamaschi (DEM), Juraci Alexandrino (PMDB) e Jefferson Ademir Custódio (PSDB) participaram da consulta.

 

O QUE É MOBILIDADE URBANA?

A mobilidade Urbana é uma função das cidades, relativo ao deslocamento de pessoas e mercadorias no espaço urbano e rural, utilizando para isto a caminhada e os diversos tipos de veículos, vias e toda infraestrutura urbana.

Uma das grandes preocupações das cidades modernas está ligada a mobilidade urbana, e o grande desafio é como tornar o tráfego urbano mais eficaz, proporcionando as pessoas condições seguras, confortáveis e em tempo razoável.

Com planos de mobilidade, os municípios estarão aptos a buscar recursos, financiamentos e parcerias que melhorarão as condições de mobilidade local e regional.

 

(BOX)

OS 10 PRINCÍPIOS DA MOBILIDADE

1 – Diminuir a necessidade de viagens motorizadas, posicionando melhor os equipamentos sociais, descentralizando os serviços públicos, ocupando os vazios urbanos, favorecendo a multi-centralidade, como formas de aproximar as oportunidades de trabalho e a oferta de serviços dos locais de moradia.

 

2 – Repensar o desenho urbano, planejando o sistema viário como suporte da política de mobilidade, com prioridade para a segurança e a qualidade de vida dos moradores em detrimento da fluidez do tráfego de veículos.

 

3 – Repensar a circulação de veículos, priorizando os meios não motorizados e de transporte coletivo nos planos e projetos – em lugar da histórica predominância dos automóveis – considerando que a maioria das pessoas utiliza estes modos para seus deslocamentos e não o transporte individual. A cidade não pode ser pensada como, se um dia, todas as pessoas fossem ter um automóvel.

 

4 – Desenvolver os meios não motorizados de transporte, passando a valorizar a bicicleta como um meio de transporte importante, integrando-a com os modos de transporte coletivo.

 

5 – Reconhecer a importância do deslocamento dos pedestres, valorizando o caminhar como um modo de transporte para a realização de viagens curtas e incorporando definitivamente a calçada como parte da via pública, com tratamento específico.

 

6 – Reduzir os impactos ambientais da mobilidade urbana, uma vez que toda viagem motorizada que usa combustível, produz poluição sonora, atmosférica e resíduos.

 

7 – Propiciar mobilidade às pessoas com deficiência e restrição de mobilidade, permitindo o acesso dessas pessoas à cidade e aos serviços urbanos.

 

8 – Priorizar o transporte público coletivo no sistema viário, racionalizando os sistemas, ampliando sua participação na distribuição das viagens e reduzindo seus custos, bem como desestimular o uso do transporte individual.

 

9 – Promover a integração dos diversos modos de transporte, considerando a demanda, as características da cidade e a redução das externalidades negativas do sistema de mobilidade.

 

10 – Estruturar a gestão local, fortalecendo o papel regulador dos órgãos públicos gestores dos serviços de transporte público e de trânsito.