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Artesãs de Luís Alves apresentam na AMFRI trabalho com fibra de bananeira que será exportado para a Europa

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De cabeças erguidas e com um sorriso de orelha a orelha.  Foi com um sentimento de superação e orgulho que Geisa Signorelli, Cristiane Ramos e Luciane de Andrade, usuárias do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Luís Alves apresentaram seu trabalho em público pela primeira vez. Convidadas pelo Colegiado de Secretários Municipais de Assistência Social da AMFRI, as novas artesãs deixaram a vergonha de lado e mostraram com satisfação o resultado de meses de dedicação e empenho.

Remanescentes de um grupo formado inicialmente por 25 mulheres, que começaram a desenvolver suas habilidades com a fibra de bananeira em uma capacitação no mês de junho, as três logo perceberam que tinham talento. Incentivadas pela professora Deborah Noronha de Lima, que percebeu na abundância de matéria-prima no município, uma possibilidade de promover a geração de renda, Geisa, Cristiane e Luciane decidiram enfrentar os inúmeros obstáculos que insistiam em aparecer, e seguiram em frente.

Vítimas da enchente de 2008, ambas sofreram perdas irreparáveis, mas não perderam a vontade de viver. A falta de incentivo dos próprios maridos, que não viam a possibilidade de retorno financeiro imediato, não foi empecilho para que elas continuassem aprendendo e se aprimorando cada vez mais. Com o apoio da prefeitura municipal e da equipe do CRAS, e a realização de reuniões com os casais, a visão dos maridos a respeito do trabalho foi se modificando. Hoje eles ajudam na extração da fibra de bananeira e até na confecção de algumas peças.

Tamanha dedicação já está rendendo bons frutos. No final deste ano, as artesãs de Luís Alves irão exportar seu trabalho para Bélgica e Espanha. Para a professora Deborah Noronha de Lima, que ensinou o ofício ao grupo, não há dinheiro que pague a satisfação em vê-las felizes e tendo seu trabalho reconhecido. “O resultado maior do meu trabalho é essa gratificação em ver que o trabalho delas está sendo reconhecido. Isso mostra também que as pessoas de baixa renda têm capacidade e a possibilidade de sair desse quadro”, enfatiza.

Para quem não via perspectiva de vida, um novo horizonte se abre. Para as três, o mais importante agora é ter o seu trabalho valorizado. “Foi um crescimento sem tamanho. O dinheiro será apenas uma conseqüência do nosso esforço”, afirma Geisa. Embora saibam que o caminho a percorrer ainda seja muito longo, todas têm a certeza de que o mais importante já foi conquistado. “Nós estamos muito, muito felizes”, declara Crstiane, manifestando o sentimento que é comum a todas. E se depender da determinação e da vontade de crescer de cada uma delas, o sucesso será garantido.