Profissionais do Saúde da Família serão treinados para estimular gestantes e mães a manter amamentação, pelo menos, até os seis meses de vida do bebê
O Ministério da Saúde criará a Rede Nacional de Amamentação, para eleva a alimentação exclusiva de leite materno durante os primeiros meses de vida dos recém-nascidos. O anúncio foi feito pelo ministro José Gomes Temporão, durante o lançamento da Campanha Nacional de Amamentação, nesta sexta-feira (1º). A idéia é capacitar os profissionais da Saúde da Família, ainda neste semestre, para incentivar este gesto.
A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) 2008, divulgada no último mês, constatou que, embora haja uma melhora nos indicadores nacionais, somente 43% das crianças são amamentadas na primeira hora de vida no Brasil e 40% das crianças menores de seis meses recebem exclusivamente o aleitamento materno.
Segundo o ministro, o governo federal quer utilizar a estrutura da atenção básica, em especial a estratégia do Saúde da Família, para aumentar esses índices. Hoje são 28,4 mil equipes implantadas em todo o país, o que garante uma cobertura de 90 milhões de pessoas. Os agentes comunitários de Saúde somam 221,5 mil e assistem a 110,6 milhões de pessoas, o que corresponde a uma cobertura de 58,8% da população brasileira.
“A recomendação é que a criança receba aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. O leite materno contém todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento”, afirmou Temporão.
A campanha deste ano quer, além de difundir entre as gestantes e as mães a importância do aleitamento materno, sensibilizar os familiares sobre o quanto é imprescindível o apoio à mulher para que ela possa dispor de tempo e tranqüilidade para amamentar o filho. O tema deste ano é: “Nada mais natural que amamentar. Nada mais importante que apoiar”. Trata-se de uma parceira entre o Ministério da Saúde e a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
Foram produzidos 1,7 milhão de fôlderes e 350 mil cartazes que serão distribuídos a postos de saúde, hospitais, escolas e outras instituições.
Os bebês que recebem leite materno exclusivamente estão mais protegidos contra doenças, principalmente diarréia e pneumonia. Crianças que não mamam no peito têm, por exemplo, 25 vezes mais chance de morrer por diarréia e 61 vezes mais chance de serem hospitalizadas por pneumonia. As amamentadas têm menor risco de desenvolver otite e alergias e, a longo prazo, estão mais protegidas contra doenças crônicas como obesidade, diabetes tipo I, doença de Crohn e linfoma.
Por Renatha Melo e Renato Strauss, da Agência Saúde
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