Levantamento do Ministério da Saúde, feito em 26 capitais, aponta redução trinta dias depois da nova lei de trânsito. Em seis cidades, redução foi superior a 20%
Nos trinta primeiros dias da lei que proíbe dirigir após o consumo de bebidas alcoólicas (de 20 de junho a 19 de julho), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), no conjunto de 26 capitais do país, atendeu 1.772 acidentes de trânsito a menos do que em igual período imediatamente anterior (de 21 de maio a 19 de junho). As ocorrências caíram de 11.918 para 10.146 – redução de 14,86%.
Em seis capitais, a queda foi superior a 20%: Campo Grande (MS), Belém (PA), Manaus (AM), Macapá (AP), Salvador (BA) e São Luís (MA). O SAMU da maior capital do país, São Paulo, registrou uma queda de 14,26% nessas operações. O do Rio de Janeiro, por sua vez, 10,85%. O SAMU de Boa Vista (RR) não enviou os dados ao Ministério da Saúde por ter começado a operar em 7 de julho, com a lei já em vigor.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, observou que, além de poupar vidas, a nova lei é importante para reduzir os gastos com o tratamento de vítimas em unidades de saúde. “O Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas) estima que os gastos totais com o atendimento médico hospitalar, internações, cirurgias, tratamentos das vítimas de acidentes de trânsito custam ao SUS cerca de 5 bilhões de reais por ano. Em cada redução de 10% do número de vítimas, o Ministério da Saúde estaria economizando o equivalente a 500 milhões de reais. Só para se ter uma idéia, isso permitiria ao ministério, por exemplo, construir 300 Unidades de Pronto Atendimento 24 horas. É uma economia significativa. Temos de um lado uma dimensão humana que é salvar vidas, mas de outro, também um grande impacto sobre os gastos e os custos do sistema”, disse o ministro.
AVANÇO – Os acidentes de trânsito têm um peso significativo nos atendimentos do SAMU. Em Brasília, por exemplo, 45% dos resgates são para atendimento a ocorrências de trauma, das quais 60% estão relacionadas a acidentes de trânsito. O ministro da Saúde considera que a nova lei trouxe um ganho operacional para o serviço.
“Essa lei está tendo um grande impacto. Com a queda dos atendimentos às vítimas do trânsito, o SAMU pode atender de maneira mais adequada as pessoas que tenham problema em casa, na sua residência. As equipes dos hospitais de urgência e emergência podem se dedicar de maneira mais tranqüila, com mais qualidade aos seus pacientes. As pessoas que esperam por uma cirurgia eletiva têm o tempo de espera encurtado, ou seja, os benefícios são múltiplos”, observou José Gomes Temporão.
Com 144 unidades, o SAMU está implantado em 1.150 municípios, incluindo todas as capitais brasileiras. A população coberta é de 101 milhões de pessoas. As atribuições do serviço vão além dos atendimentos de urgência. Este levantamento sobre o impacto da nova lei nas operações de resgate, por exemplo, é um termômetro da violência no trânsito e pode auxiliar as autoridades do setor no planejamento de ações para reduzir os acidentes. Tal abordagem faz parte de uma estratégia promocional, como um dos pilares da Política Nacional de Atenção às Urgências, objetivando primar pela qualidade de vida. Veja abaixo tabela com os números dos resgates nas capitais:
TABELA COM OS NÚMEROS DAS OPERAÇÕES RELACIONADAS A ACIDENTES DE TRÂNSITO ANTES E DEPOIS DA NOVA LEI
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