Liberação de recursos para estados e municípios atenderá a população que precisa de serviços mais complexos, como tratamento para câncer, hemodiálise,

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Liberação de recursos para estados e municípios atenderá a população que precisa de serviços mais complexos, como tratamento para câncer, hemodiálise, transplante e cirurgias

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quinta-feira (9) a liberação de R$ 1,56 bilhão para reforçar o atendimento da população nas áreas de câncer, hemodiálise, transplantes e cirurgias cardíacas. Todas as unidades da federação e cerca de 400 municípios foram contemplados com recursos. Deste total, R$ 557,1 milhões serão destinados ao ajuste do teto financeiro dos estados e Distrito Federal para expansão da oferta em áreas menos favorecidas ou de difícil acesso.

Com esse anúncio, o ministro Temporão eleva para R$ 5,21 bilhões o volume de recursos liberados aos estados desde agosto de 2007, destinados ao ajuste da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliação da oferta de serviços e redução das desigualdades regionais. Aumenta também o Piso de Atenção Básica (PAB), que passará de R$ 15 para R$ 16 per capita, a partir de setembro de 2008. O PAB variável será reajustado em 10% também a partir de setembro. Esse ajuste corresponde ao incentivo às equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal.

“O Ministério da Saúde, mesmo dentro das limitações orçamentárias, vem fazendo um grande esforço para ampliar o atendimento da população principalmente em áreas onde é maior a demanda por serviços, como na atenção ao câncer, leitos de UTI, cirurgias eletivas, hemodiálise entre outros. É preciso que essa estratégia seja mantida, pois só assim a população brasileira terá um melhor atendimento”, afirma Temporão. 

O trabalho de Temporão foi elogiado pelos presidentes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais de Saúde, Osmar Terra, e de Secretários Municipais de Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior. Ambos reconheceram o esforço do ministro para liberar os recursos que atendem às reivindicações dos governos estaduais e municipais para que ocorresse a expansão do financiamento da atenção básica e reforço dos contratos com as unidades hospitalares. Terra e Magalhães compartilharam a defesa da aprovação da Emenda Constitucional 29. “É preciso aprovar a contribuição social. Fontes adicionais e estáveis de são absolutamente necessárias para o financiamento da saúde”, afirmou Helvécio.

“Infelizmente, não foi possível contar, este ano, com os recursos adicionais que pensamos no Mais Saúde. Não houve a aprovação da CPMF e nem a regulamentação da Emenda 29”,  lamentou o ministro. Ele explicou que os repasses só puderam ocorrer agora devido ao descontingenciamento das verbas pelo Ministério do Planejamento e recomposição do orçamento pelo Congresso Nacional. Temporão atribuiu ainda a liberação dos recursos aos esforços do ministério que inovou na gestão, passou a comprar melhor e conseguiu economizar R$ 400 milhões este ano.

OUTRAS ÁREAS – A segunda maior parcela desse pacote – R$ 230,5 milhões – é para a habilitação de 195 projetos de cirurgias eletivas, com o objetivo de reduzir a fila de espera por intervenções de média e alta complexidade, como catarata, ortopedia, vasectomia, laqueadura tubária e hérnia, o que beneficiará 105,4 milhões de pessoas de 205 municípios. Estão garantidos também R$ 157,6 milhões para a rede de oncologia (tratamento de câncer) no país.

Para atender à agenda social da Presidência da República, foram assegurados R$ 52 milhões para as políticas voltadas às pessoas com deficiência. Com esse montante, ficam cobertas a revisão e implantação de novos procedimentos de atendimento, além de incentivos às campanhas de colocação de próteses. O Programa Olhar Brasil, no elenco de prioridades do Palácio do Planalto, receberá R$ 443 mil para a realização de exames e confecção de óculos para idosos e estudantes da rede pública, em parceria com o Ministério da Educação.

A secretária de Atenção à Saúde, Cleusa Rodrigues da Silveira Bernardo, explicou que os recursos respondem às demandas dos estados e municípios, dentro da atual proposta de ampliação dos serviços do Ministério da Saúde.

INTERNAÇÃO HOSPITALAR – Para reduzir a demanda por internações hospitalares, serão gastos R$ 38,5 milhões com a criação de 125 equipes, formadas por um médico, um enfermeiro e um auxiliar de enfermagem, que garantirão a internação em casa dos pacientes crônico-degenerativos, como os que sofrem com câncer, diabetes e outras doenças. Essas equipes não se confundem com as do Programa Saúde da Família, que atuam na atenção básica.

Do total de recursos anunciado por Temporão, R$ 48,5 milhões serão para a implantação de 427 leitos nas unidades de terapia intensiva (UTIs). Outros R$ 90,4 milhões serão para corrigir os valores dos procedimentos de hemodiálise e ampliar o acesso dos pacientes aos serviços de terapia renal substitutiva.

Ainda na área hospitalar, serão aplicados R$ 117,3 milhões na revisão dos contratos e a adesão de 25 unidades à política de reestruturação dos hospitais de ensino. A medida favorece hospitais federais, privados e filantrópicos que superaram a oferta de serviços prevista no plano de meta acertado com os gestores locais (municipais ou estaduais). 

O Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS) receberá R$ 16 milhões, para incentivar estados e municípios a realizarem os testes de HIV e de sífilis. Há ainda R$ 814 mil para credenciar unidades de serviços de lipodistrofia, que atinge principalmente os soropositivos. Os medicamentos anti-retrovirais provocam acúmulo ou perda de gordura em áreas específicas do corpo, o que exige intervenções cirúrgicas estéticas e reparadoras, de pequeno e médio porte.

Entre os vários investimentos, estão ainda recursos para saúde mental; incentivo à doação e captação de órgãos para transplante; política de sangue e hemoderivados e para os serviços de alta complexidade em queimados.


AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS

DESCRIÇÃO

TOTAL ANO

AIDS

16.072.272,02

Aumento Teto Financeiro

447.813.946,36

Próteses

31.522.293,18

CAPS

22.320.000,00

Cirurgias Eletivas

230.574.650,87

Credenciamento Serv. Gastroplastia

2.100.000,00

Credenciamento Serv. Implante Coclear

4.381.930,08

Credenciamento Serv. Lábio Palatal

536.156,87

Credenciamento Serv. Nefrologia

10.404.656,17

Credenciamento Serv. Neurocirurgia

8.207.469,78

Credenciamento Serv. Queimados

205.764,62

Credenciamento Serv. Saúde Auditiva

20.189.708,88

Credenciamento Serv.Traumato-Ortopedia

3.853.099,20

Encontro Contas TRS

27.146.783,04

Expansão Oferta

106.108.404,65

Hospital de Pequeno Porte

1.131.711,35

Internação Domiciliar

38.500.000,00

Lipodistrofia

814.739,28

Oncologia

157.649.816,19

Política de Sangue e Hemoderivados

35.000.000,00

Política Pessoa Deficiência

2.718.212,38

Programa de Triagem Neonatal

3.751.753,01

Programa Olhar Brasil

443.497,00

Programa Reestruturação Hospitais Ensino

51.519.368,13

Credenciamento Serv. Reabilitação Física

3.791.160,00

Reajuste procedimentos de Reabilitação

17.759.494,44

Reajuste Procedimentos de TRS

63.308.825,22

Revisão Contrato Filantrópico

45.755.902,17

Revisão Contrato HU/MEC

20.669.506,27

Terapia Nutricional

4.150.338,79

Transplante

60.244.220,74

UTI

48.529.681,92

Reserva técnica para estados e municípios

72.824.637,39

TOTAL ANUAL

1.560.000.000,00

               

IMPACTO FINANCEIRO ANUAL

UF

TOTAL (R$)

AC

8.872.591,75

AL

16.150.334,89

AM

40.756.834,40

AP

5.895.678,85

BA

106.717.251,41

CE

58.362.224,03

DF

53.504.986,82

ES

23.916.538,27

GO

42.571.098,60

MA

27.104.522,00

MG

148.737.463,50

MS

21.591.942,70

MT

15.238.007,11

PA

24.197.164,66

PB

21.111.239,76

PE

61.628.125,63

PI

11.767.742,33

PR

104.569.414,32

RJ

135.520.361,85

RN

35.790.269,36

RO

4.167.275,35

RR

9.333.438,63

RS

81.389.860,81

SC

59.153.420,66

SE

11.181.055,50

SP

253.909.856,55

TO

6.074.229,75

TOTAL

1.487.175.362,61

* O valor exclui a reserva técnica de R$ 72,8 milhões que será destinada a estados e municípios de acordo com as necessidades

Confira valores dos recursos liberados para cada estado brasileiro:

Região Centro-oeste 
Distrito FederalGoiás | Mato Grosso | Mato Grosso do Sul

Região Nordeste 
AlagoasBahiaCearáMaranhãoParaíbaPernambucoPiauí | Rio Grande do NorteSergipe

Região Norte 
AcreAmapáAmazonasParáRondôniaRoraimaTocantins

Região Sudeste 
Espírito SantoMinas GeraisRio de Janeiro | São Paulo

Região Sul 
Paraná | Rio Grande do Sul | Santa Catarina

Fonte:Ministério da Saúde

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