Aos 22 anos, Vanderlei Quintino perdeu a perna esquerda após um grave acidente de moto. Ele se dirigia para o trabalho, quando um motorista, no sentido contrário, perdeu o controle da direção e o acertou em cheio. “Eu joguei a frente da moto, mas ele me acertou na lateral. A perna salvou o restante do meu corpo”, lembra.
Aos 42 anos e com a vitalidade de um autêntico atleta de ponta, o joinvillense comemorou o terceiro lugar na categoria para deficientes físicos durante a Travessia a Nado de Balneário Piçarras, disputada na manhã de domingo, na praia central.
Vanderlei percorreu uma distancia de 1.500 metros e chegou à areia com auxílio. Cansado, mas satisfeito por mais uma barreira quebrada. “O esporte é o que me faz feliz e me mantém com saúde até hoje”, comemorou, emocionado.
Além do grave acidente, que o fez perder 50% do volume de sangue do corpo, Vanderlei descobriu uma doença hereditária chamada retinose pigmentar. “Eu preciso centralizar bem a visão para poder enxergar”, revela o atleta, que garante: só enxerga por causa da natação. “O esporte faz a circulação sanguínea aumentar, o que atrasa o falecimento das células da retina”, explica.
Vanderlei coordena a equipe de natação paralímpica de Joinville e já disputou duas seletivas para jogos pan-americanos. Mas ele ainda tem um sonho não realizado. “Quero montar minha própria academia de natação e preparação física”, concluiu.
Vanderlei e outros 195 atletas participaram da competição, que encerrou o calendário do Circuito Verão de Travessias. A praia central de Balneário Piçarras foi o cenário das disputas, que aconteceram em três categorias diferentes: 1500m, 700m e 200m.
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