O projeto de planejamento do futuro da região da Foz do Rio Itajaí, batizado de InovAMFRI pelo viés de inovação, chega ao fim da primeira fase. Os planos, elaborados pelo projeto a partir de 2016, trouxeram soluções para os próximos 25 anos nas áreas de desenvolvimento econômico, a partir do Distrito Regional de Inovação, de mobilidade urbana regional com um sistema intermunicipal de transporte integrado, e de modernização da gestão pública.
A partir de agora, a nova fase do projeto focará a implantação dos planos e aplicação em escala das soluções apontadas nos estudos. “Todos os municípios da região estão comprometidos com o sucesso do projeto”, diz a presidente da Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí (AMFRI) e prefeita de Bombinhas, Ana Paula da Silva. “O que se espera de um projeto com um índice tão alto de engajamento de diversos setores e da união de tão variados municípios com o setor privado nada mais é do que dar a esperança de dias melhores”, prevê a prefeita.
O fim da primeira fase coincide com a realização da 5ª reunião do Conselho Consultivo do projeto, do qual fazem parte cerca de 15 instituições de influência local e estadual. Na segunda-feira, 20, a partir das 14h, os conselheiros se reunirão em Florianópolis quando serão realizados painéis de apresentação dos temas trabalhados pelo InovAMFRI. Estão previstas a participação do governador do Estado, Raimundo Colombo, e do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.
“O ministro Kassab já demonstrou ao conselho o apoio do governo ao projeto do Distrito de Inovação Regional”, garante o presidente do conselho, Paulo Bornhausen. O governo do Estado é parceiro da AMFRI na realização do InovAMFRI. Coube ao governo estadual o aporte de R$ 8 milhões no projeto e, à AMFRI, coordenar a execução dos planos e aportar a contrapartida de 10%.
Distrito de Inovação
O carro-chefe do projeto é o Distrito de Inovação Regional de Itajaí, de onde, esperam as lideranças locais, surjam indústrias de maior valor agregado voltadas para a nova economia. Situado na Rodovia BR-486, a 8 km do Centro de Itajaí, o Distrito se estenderá por 221,8 hectares, dos quais 67% serão áreas verdes e de preservação. O plano diretor conceitual foi elaborado pela Surbana Jurong, escritório de Singapura de referência internacional em planejamento de distritos de inovação.
Na próxima fase do InovAMFRI, a Itajaí Participações buscará parceiros para a construção da infraestrutura no terreno e iniciará a prospecção de empresas para se instalar no local. O modelo de gestão, do Centro de Inovação, é um outro produto do InovAMFRI. O modelo proposto visa à mitigação dos riscos financeiros e otimização de processos relacionados à implantação do Distrito.
“Esse modelo garantirá o uso de área territorial de acordo com a finalidade prevista para o Distrito, com velocidade, flexibilidade e transparência na operação e gestão, e a possibilidade de buscar na iniciativa privada o indispensável apoio para a sua implantação”, avalia o presidente da Itajaí Participações, Jair Bondicz.
A previsão do projeto é de que o Distrito de Inovação esteja apto à ocupação a partir de 2019. Até 2040, o Distrito de gerar 25.300 empregos diretos na região. Os estudos apontam ainda para a geração de outros 50 mil empregos indiretos na Foz do Rio Itajaí.
Centro de Inovação
Para marcar a arrancada do Distrito de Inovação Regional de Itajaí, os responsáveis pelo InovAMFRI agora trabalham para que o Centro de Inovação Regional de Itajaí seja inaugurado ainda no primeiro semestre de 2018. O edifício, projetado pelo governo do Estado, será a primeira instalação em operação no Distrito. Lá devem se instalar uma incubadora de empresas, espaços de coworking para economia criativa, laboratórios, salas para cursos e treinamentos, entre outros espaços com serviços ligados à inovação.
No momento da sua inauguração o Centro de Inovação Regional de Itajaí já estará em operação, com diversas com atividades em andamento. Com essa finalidade, acordos de cooperação serão assinados durante a reunião do Conselho Consultivo. A incubação de empresas deve ficar a cargo de uma unidade da Incubadora Tecnológica Empresarial da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) dentro do Centro. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) também demonstrou interesse em se instalar no Centro, em um primeiro momento com um hub empresarial que fará a ligação entre as capacidades de pesquisa da universidade e as empresas instaladas no Distrito de Inovação.
Outros termos de cooperação pretendem ao Centro de Inovação, o Link Lab – um projeto da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), e o HubGov, da WeGov. O Link Lab coloca em contato grandes empresas com soluções inovadoras idealizadas por startups, com ambos interagindo em um mesmo espaço. Já o HubGov é uma iniciativa pela qual os seus participantes identificam desafios dos governos e entidades públicas participantes e projetam soluções criativa para estes desafios.
Gestão pública e mobilidade urbana de qualidade
O HubGov será o braço do InovAMFRI voltado para a qualificação da gestão pública na região da Foz do Rio Itajaí. Com treinamentos promovidos pelo Centro de Liderança Pública (CLP), um think tank brasileiro de excelência em gestão pública, 40 servidores públicos municipais e 10 estudantes universitários foram capacitados com os princípios de liderança e inovação voltados para gestão pública municipal. O desafio na próxima fase do projeto é ampliar o número de servidores capacitados.
Segundo os coordenadores do projeto, o eixo de gestão pública é essencial para o sucesso de todo InovAMFRI. “Lideranças e gestores modernos dão a segurança que os empreendedores precisam para investir e prosperar nesta nova economia que prevemos para a região da Foz do Rio Itajaí nas próximas duas décadas”, explica Bornhausen.
O último termo de cooperação que será assinado na segunda-feira trata do eixo de mobilidade urbana do InovAMFRI. A assinatura iniciará as ações preparatórias para o lançamento de procedimento de manifestação de interesse para a implantação do sistema integrado de transporte coletivo regional. Os parâmetros para o sistema são velocidade de deslocamento a múltiplos destinos na região, uso de multimodais, acessibilidade, adoção de tecnologia e preço justo pelo serviço ao cidadão.
O eixo de mobilidade urbana do InovAMFRI propôs ainda um contorno viário para liberar a Rodovia BR-101 do trânsito de passagem; novas ligações entre Bombinhas e Porto Belo, e entre a Praia Brava à BR-101; modernização do modal aeroviário da região, e a ligação rodoviária entre Itajaí e Navegantes.
“O ciclo começa pelo planejamento do desenvolvimento econômico, com foco em inovação, que é a base desta nova economia, passando por uma gestão moderna e capaz de acompanhar a velocidade das mudanças que virão, passa pelos esforços em torno da necessária melhoria da mobilidade urbana e se fecha na integração da região em torno do projeto comum de futuro”, avalia Bornhausen.
Novo modelo de desenvolvimento regional
O projeto InovAMFRI foi pensado para ser um modelo de desenvolvimento para as demais regiões catarinenses centrado nas associações de municípios. Os municípios, por meio de suas associações, definem as prioridades regionais. No caso da AMFRI, as prioridades definidas foram: desenvolvimento econômico, gestão pública e mobilidade urbana.
Esse modelo gera um verdadeiro empoderamento regional, possibilitando aos municípios desempenhar papel preponderante na condução das ações integradas de desenvolvimento de sua região, cabendo ao estado o papel de agente financiador e orientador desse processo.